sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Bolo Grego de Iogurte e Boas Lembranças de Mikonos

Fizemos este mês dezassete anos de casamento e, por isso, as lembranças de Mikonos, onde passámos a Lua de Mel, estão mais presentes. Na verdade, acho que quem visitar esta ilha grega jamais a vai esquecer! Pela cor do mar, pela animação e espírito que se vive nas suas ruas e praias e, não menos, pela comida!



Já nessa altura tinha o hábito de comprar, em cada país que visitava, um livro com a receitas locais. E foi no The Best Traditional Recipes of Greek Cooking que encontrei a receita deste Bolo de Iogurte, que aqui vos trago com as alterações que eu própria introduzi (menos açúcar, menos manteiga, diferente iogurte, etc.).



O livro está disponível através da Amazon e pode ser uma boa compra pois tem muitas outras receitas interessantes de boa cozinha mediterrânica. Por vezes, basta-me folheá-lo,  para recordar alguns dos pratos que por lá comi e dos sítios por onde passei e passeei.

(Foto de Zitumassin, in Wikipedia)

Que saudades da bela e animada Mikonos, do seu mar azul, das ruas brancas, das casas caiadas como as do meu Alentejo, dos gatos gordos adormecidos nas soleiras da porta e nas beiradas da janela, das pessoas locais, algumas ainda não tocadas pelo turismo, do sol, da água cálida, do pelicano....

(Foto de Yklio, in Wikipedia)

Estas fotos não são minhas, que nessa altura ainda se trabalhava com filme e ficaram todas em Portugal, mas são lindas e ilustram alguns dos locais que recordo ter fotografado. O meu muito obrigado aos excelentes fotógrafos que as tiraram e as disponibilizaram na rede para utilização de todos.

(Foto de Sailko, in Wikipedia)

Ingredientes:
4 ovos
300 g de açúcar (menos que no original)
175 g de margarina (bem menos que no original!)
250 g de farinha com fermento
2 embalagens de iogurte natural (se for Grego, como no original, tanto melhor!)

Bater o açúcar com a margarina, que deve estar à temperatura ambiente, até ficar um creme homogéneo e esbranquiçado. Acrescentar os ovos, um a um, batendo bem até integrar completamente. A seguir, misturar o iogurte, de preferência grego. Na verdade, a maior parte das vezes que fiz este bolo, utilizei iogurte natural comum e fica bastante bom. Em Portugal é possível encontrar marcas gregas, nesse caso ter o cuidado de escolher iogurte feito com leite de vaca. Por fim adicionar a farinha com fermento, envolvendo cuidadosamente, mas sem bater muito. Levar a cozer em forno a 180º, numa forma untada e polvilhada de farinha. Ter cuidado ao desenformar, pois tem alguma tendência a agarrar na forma (por mais cuidado que se tenha a untar!).


É um bolo rico, com um gosto próximo do das queijadas, excelente para servir a um lanche ou ao pequeno almoço.

Espero que gostem!

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma Sobremesa Doce de Morango, Suspiro e Iogurte Grego

Quando fui a Portugal, em Julho, estava a chegar ao fim a época dos morangos, mas ainda encontrei alguns bem bonitos e doces!

Agora que, aqui no Brasil, estamos no auge da produção de morango, trago-vos esta sobremesa que combina o doce dos suspiros com a frescura dos morangos e do iogurte.




Para os mais gulosos, o iogurte grego pode ser substituído por natas batidas com açúcar (Creme Chatilly)! Eu, no entanto, sinto-me menos culpada ao preparar esta sobremesa desta forma e acho que não se perde nada em sabor ou textura relativamente à sua alternativa mais rica!



Ingredientes:
500 g de morangos
2 iogurtes gregos açucarados ou a que junta uma colher de açúcar (ou iogurtes naturais)
6 suspiros
50 g de açúcar

Lavar e arranjar os morangos. Escolher os 6 a 10 morangos mais bonitos para a decoração. Cerca de 150 g dos morangos destinam-se a fazer o molho de morango para integrar a sobremesa. Os frutos devem ser partidos e levados ao lume numa caçarola, com as 50 g de açúcar, até cozinharem um pouco, libertando o seu sumo. Não se deve deixar-se ferver mais que um ou dois minutos. Reduzir a puré com a varinha mágica e deixar arrefecer. Cerca de 300 g dos morangos devem ser cortados em quartos e colocados numa taça, na qual também colocamos os suspiros partidos em bocados com cerca de 1,5 cm (ficam mais bonitos partidos à mão!). Mexe-se bem o iogurte e deita-se o creme sobre os frutos e os suspiros. Por último deita-se o molho de morango, já frio. Dá-se uma volta ou duas com uma colher, devagar e com cuidado para não amassar os frutos, de forma a que os vários ingredientes fiquem bem distribuídos mas não homogeneizados. Pode ser logo colocado em taças individuais, ou ser levado à mesa numa taça grande. Decora-se com os morangos que se reservaram, inteiros ou partidos, consoante o gosto e sensibilidade.



Bom apetite!
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Canellonnis de Espinafre e Ricotta

Os espinafres têm sido uma das culturas mais bem sucedidas da nossa horta! Ainda na outra semana apanhei um cesto a transbordar e já estão novamente capazes de colher. Não se tratam dos espinafres habitualmente vendidos em Portugal, de folha grande e fina! Têm as folhas mais pequenas, mas mais carnudas. São saborosos e têm sido usados tanto em  sopas como em pratos com massas.


Estes últimos, foram parar a um tabuleiro de Cannellonis, onde combinaram às mil maravilhas com um queijo Ricotta. Talvez com o requeijão tradicional português, ainda fique mais saboroso, mas essa receita terá de esperar até uma próxima visita a Portugal!


Ingredientes:
1 embalagem de massa fresca para lasanha
1 embalagem de queijo Ricotta
1 molho de espinafres
1 cebola
3 dentes de alho
7,5 dl de molho de tomate caseiro
5 dl de molho béchamel
75 g de mozzarella ralado
Azeite, sal, noz moscada e pimenta, qb

Separar as folhas dos espinafres e deixar cozer por 2 minutos em água a ferver com um pouco de sal. Escorrer e reservar. Picar a cebola e os alhos finamente, levar a cebola a refogar em azeite até ficar transparente, quando estiver quase juntar os alhos, tendo cuidado para não deixar queimar. Juntar os espinafres previamente cozidos e picados, deixar cozinhar mais um pouco (2 minutos). 

Esfarelar cuidadosamente o queijo ricotta e juntar à mistura de espinafres. Temperar com pimenta e noz moscada, envolvendo cuidadosamente. Entretanto fazer o molho béchamel, cozendo uma colher de sopa de farinha em manteiga, a que se acrescenta leite, a pouco e pouco, até formar um creme aveludado e fluído. Tempera-se de sal, pimenta, noz moscada e sumo de limão.


Para formar os cannellonis, cortam-se as folhas de massa fresca para lasanha ao meio, coloca-se o recheio de ricotta e espinafre no meio e enrola-se, formando um tubinho. Vão-se dispondo os canellonnis ao lado uns dos outros, num prato rectangular que possa ir ao forno. Se for preciso, fazem-se duas camadas. Quando todos estiverem feitos rega-se com o molho de tomate caseiro, colocando por cima o molho béchamel. Finaliza-se, polvilhando com queijo ralado.


Vão a forno cerca dos 180º, até o molho ter reduzido um pouco e estarem perfeitamente gratinados.

Espero que gostem!

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sábado, 22 de outubro de 2011

Creme Bicolor de Tapioca e Abacate

Aqui estamos na Primavera e, apesar de algumas nuvens no céu, este sábado o tempo está agradável, convidando a ficar no exterior. Penso nos amigos que estão em Portugal, onde após um Verão tardio, o Outono parece ter chegado.


A sobremesa que vos trago hoje leva-me a duas fases diferentes da minha vida: a infância, tempo no qual ainda era menos gulosa do que sou hoje. Lembro-me que de entre as sobremesas, para além dos frutos,  apenas gostava de gelatina de pêra (certamente um acto falhado da Royal, pois sabia a pouco mais que água!), que eu achava deliciosa na sua frescura e subtileza de sabor, e de creme de tapioca, desde que não muito doce.

Já jovem adulta, frequentava com assiduidade o restaurante do Centro de Arte Moderna da Fundação Goulbenkian, onde uma das sobremesas favoritas do nosso grupo de amigos era o creme de abacate. Também em casa se fazia por vezes, à mesa, directamente dentro da casca do fruto maduro, adicionando açúcar e sumo de limão, enquanto o meu pai recordava os tempos passados em África.

Hoje trago-vos a minha versão de uma sobremesa para os menos gulosos, que combina as preferências destes dois momentos. Um bonito creme a duas cores, que combina a textura gelatinosa da tapioca, com o sabor fresco do abacate!




Ingredientes:
1/2 chávena de chá de tapioca (granulado)
4 chávenas de chá de leite
6 colheres de sopa de açúcar
1 abacate maduro
sumo de meio limão
açúcar a gosto

De véspera preparar o creme de tapioca. Demolhar o granulado de tapioca numa chávena de leite. Ao fim de meia hora, o leite terá sido absorvido. Levar a tapioca ao lume, com o restante leite e com o açúcar. Se gostar de um travo a limão, acrescentar uma tira da casca do limão, evitando a parte branca para não amargar. Deixar ferver em lume brando, mexendo frequentemente, até engrossar. Deitar numa taça, deixar arrefecer e levar ao frigorífico (geladeira). No próprio dia de servir a sobremesa, abrir um abacate maduro e retirar a polpa, acrescentar o sumo do limão e o açúcar (a gosto). Quem goste pode acrescentar uma colher de sopa de vinho do Porto. Triturar com a varinha mágica ou no copo liquidificador. Compor as tacinhas, colocando primeiro uma camada de creme de tapioca e, por cima, uma camada de creme de abacate.



É uma sobremesa agradável e bem refrescante, embora mais indicada para os menos gulosos!

Espero que vos agrade!
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Gnocchi Gigantes Recheados

Para mim os actos de comer e cozinhar vão para além da alimentação e da sobrevivência. Tanto um como outro são actos culturais, são actos de amor e lugares onde se constroem as nossas relações, seja com a família seja com os amigos, são ainda cenários de descoberta e criação. Talvez por isso, me estimulam e satisfazem tanto. Muito para além de um estômago cheio, preenchem a alma, enriquecem a mente e o aquecem coração!

E, em todas estas vertentes, a procura de ideias e inspiração, a partilha dessas experiências (umas vezes boas e outras não tanto!) com aqueles que me rodeiam, e as narrativas que vos trago destas minhas aventuras, preenchem uma parte dos meus dias de uma forma que eu valorizo e que me faz bem. Passa por estes vários aspectos a história destes Gnocchi que hoje vos trago.


Gigantes e recheados, são uma novidade face aos que temos feito até agora, de tamanho normal e de massa homogénea. Encontrei inspiração para eles numa receita que encontre na Gula, uma excelente revista de culinária e gastronomia que se pode encontrar no Brasil e que compro todos os meses. Encontrar a minha própria maneira de os fazer e depois degustá-los com aqueles que me são queridos, foram momentos felizes para mim.

Como sempre, fiz a minha própria interpretação da receita, e com a massa habitual de gnocchi de batata que se faz cá em casa que é óptima (o mérito não é meu, mas da nossa querida Cecília!), inspirei-me no recheio e no molho propostos para fazer os nossos próprios Ghocchi Gigantes Recheados.




Ingredientes:
Para a Massa
4 batatas de tamanho médio
1 ovo
1 1/2 chávena (chícara) de farinha
3 colheres de sopa de margarina
Sal qb

Para o Recheio
150  g de fiambre (presunto) cortado em fatias bem finas e depois picado fino
150 g de mozzarella de búfala curado, picado em cubinhos pequenos

Para o Molho e decoração
200 ml de Molho de Tomate Caseiro
300 ml de Molho Branco (Béchamel)
100 g de queijo parmesão ralada na altura
1 ramo de manjericão


Descarcar e cozer as batatas em água temperada de sal. Depois de cozidas, reduzir a puré com um espremedor de batatas, ou com um passe-vite. Juntar a margarina e o ovo batido e amassar bem. Ir juntando, gradualmente, a farinha (pode não ser necessária toda, ou precisar de mais um pouco) até a massa descolar das mãos, devendo ser bem maleável, mas não excessivamente seca. Separe porções que permitam fazer uma bola com cerca de 4 cm de diâmetro. 

Misturam-se os dois ingredientes do recheio e abre-se cada porção de  massa  para colocar o o queijo e o fiambre (presunto), voltando a fechar bem depois, de modo a que o recheio fique bem selado no interior da massa.

Depois de recheados, coloca-se água a ferver, temperada de sal e quando esta estiver bem quente juntam-se os nhoques. Quando cozidos, estes vêm à superfície. Devem ser retirados e colocados num prato de servir. Vão-se cozendo os nhoques em porções (não devem ser deitados todos na panela ao mesmo tempo).

O molho de tomate, feito com um refogado de azeite, cebola, alho e tomate maduro, temperado com ervas variadas, tenho sempre pronto em casa. O molho branco fiz na hora, cozendo uma colher de farinha em margarina, a que fui acrescentando progressivamente leite até ficar um creme fluído. Temperei de sal, pimenta, bastante noz moscada e sumo de limão.




Cobri cada gnocche com um pouco de molho de tomate quente, e à volta dos vários gnocchi que dispus em cada prato fiz um leito de uma mistura dos dois molhos, concluí a decoração com parmesão ralado e manjericão.

Se não forem servidos imediatamente a seguir a serem cozidos, pode levá-los a gratinar apenas com o molho de tomate e um pouco de parmesão, completando depois a decoração nos pratos individuais ou no prato de servir.

São deliciosos bem quentes, com o queijo do recheio a fundir-se e a misturar-se com os restantes sabores.



Espero que gostem!
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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em Busca do Melhor Bolo de Chocolate do Universo (e Quem Sabe do Mundo!)

Para quem gosta de chocolate e, em particular, de bolo de chocolate, a procura de novas receitas, quem sabe melhores que as anteriores é uma constante. Muitos referem já tê-lo encontrado, outros chamam a si próprios o título, mas será mesmo? Sem desmerecer do "Melhor Bolo de Chocolate do Mundo", que é mesmo delicioso - Já provámos o da loja de São Paulo e é tão bom como o de Campo de Ourique! - acredito que possa existir melhor neste imenso universo.



E é com base nesta fé que vos lanço o desafio de partilharem as vossas melhores receitas de bolo de chocolate (desde que não sejam segredo!) para tentarmos encontrar o melhor entre os melhores. É certo que tal depende muito dos gostos, mas palpites informados são sempre muito mais válidos.

Todos podem participar e quantos mais melhor! Os blogers podem participar com novas receitas ou fazendo referência a antigos posts, os que o não são podem deixar as vossas propostas nos comentários, ou postar as vossas receitas na página do Facebook do Cravo e Canela.

O Facebook, pela sua acessabilidade pode ser o veículo para mais facilmente partilhar todas as participações e recolher as opiniões de todos. Cada um pode participar com quantos bolos achar melhor!



Posto isto, aqui deixo a minha contribuição de um bolo de chocolate bem rico, indulgente  e delicioso (na verdade uma autêntica bomba calórica de não sei quantas megatoneladas!!!).

Ingredientes:
4 ovos
175 g de açúcar
175 g de manteiga
1 tabelete (200 g) de chocolate culinário (do bom!)
1 colher de sopa de cacau em pó
120 g de miolo de amêndoa
75 g de farinha com fermento (coloquei uma colher de sopa)

Pelar, secar e triturar as amêndoas. Partir a tabelete de chocolate em quadradinhos e derreter em banho maria, mexendo sempre. Bater a manteiga, que deve estar à temperatura ambiente, com o açúcar, até obter uma mistura homogénea e esbranquiçada. Acrescentar as gemas uma a uma, batendo bem. Em seguida, misturar as amêndoas e o chocolate derretido. Junte a farinha e o cacau em pó, já sem bater e, por fim, envolva as claras batidas em castelo firme. Leve a cozer em forno a 180º, numa forma untada e polvilhada de farinha. Se pretender rechear, convêm cozer numa forma sem chaminé (com cerca de 22 cm de diâmetro). Acompanhar o cozimento, procurarando não abrir o forno nos primeiros 25 a 30 minutos (para o bolo não abater).



Fica bem recheado com ganache de cocolate ou acompanhado com gelado de nata. Mas mesmo sózinho é uma delícia!

Espero que gostem e fico à espera das vossas participações!
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domingo, 16 de outubro de 2011

World Bread Day - Focaccias Perfumadas

Hoje, dia 16 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, tendo a data sido escolhida para comemorar a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação  (FAO).

Sob as suas diferentes variedades, o pão é, julgo eu, um dos alimentos mais universais e aquele sem o qual muitos de nós temos dificuldades em passar. O pão é, por excelência, em muitas culturas, o símbolo do alimento. Talvez por isso, há alguns anos, o International Union of Bakers and Bakers - Confectioners, declarou também este dia como o Dia Mundial do Pão.

Mais uma vez, este ano a Zorra, do Blog Kochtopf, convida-nos a celebrar este dia, confeccionando pão e postando o resultado nesta data. Trago-vos umas Focaccias, com duas coberturas diferentes, acabadas de sair do forno da nossa Cozinha no Brasil.


Para confeccionar este tipo de pão italiano, inspirei-me na receita apresentada no livro Na Cozinha com Jamie Oliver, mas em função dos ingredientes disponíveis e da minha intuição, cheguei a duas focaccias, uma com cobertura de manjerição e outra de alecrim e tomate seco.

Ingredientes:
Para a massa (dá para duas focaccias)
500 g de farinha
1 embalagem de fermento biológico seco (seguir as indicações do fabricante) / ou fermento padeiro
1 colher de sopa de sal fino
1 colher de sopa de mel
300 ml de água tépida

Deitar a farinha numa tigela grande ou sobre uma superfície limpa. Misturar o sal com a farinha e fazer um buraco no centro. Dissolver o mel e o fermento biológico e o mel em 150 ml de água tépida. Colocar na cavidade formada no centro da farinha e ir incorporando com movimentos circulares. Juntar a restante água progressivamente. Poderá ser necessária mais água ou acrescentar um pouco de farinha. Amassar bem durante cerca de 5 minutos. Formar uma bola e colocar numa tigela coberta com película de cozinha. Tapar com um pano e guardar num local abrigado (eu coloquei no forno!). Deixar repousar cerca de hora e meia, na qual a massa deve crescer para o dobro. Voltar a amassar, socando a massa para que todo o ar saia, durante cerca de um minuto. Dar forma às focaccias, devem ficar ovaladas e com cerca de 1,5 com de espessura. Preparar as coberturas, e barrá-las sobre a massa, fazendo depois cavidades na massa com os indicadores, o que dá o aspecto característica deste pão. Deixar levedar por mais 45 minutos, a massa irá crescer, atingindo cerca de 3 cm de altura. Levar a forno bem quente (escolhi o termostáto 5, no forno a gás) e deixar cozer durante cerca de 15 minutos, até ficar dourada.



Ingredientes:
Cobertura de Alecrim e Tomate Seco
3 raminhos de alecrim
3 tomates secos marinados em azeite
1 colher de sumo de limão
azeite, sal e pimenta qb

Separar as folhas do alecrim e cortar o tomate em pequenos cubos. Juntar uma colher de chá de sal marinho e temperar com pimenta acabada de moer, bem como com o sumo de limão. Mexer, para integrar os sabores e espalhar sobre a massa.

Cobertura de Mangericão
1 molho de manjericão
1 dente de alho
1 colher de sopa de sumo de limão
azeite, sal e pimenta qb

Picar o mangericão, picar finamente o dente de alho e misturar com o azeite, que deve tapar os ingredientes anteriores. Juntar uma colher de chá de sal marinho e temperar com pimenta acabada de moer e com o sumo de limão. Misturar bem os ingredientes e barrar, uniformemente, a massa da focaccia.


Ficaram uns pães perfumados e saborosos que comemos mal saíram do forno (foi só o tempo de fotografar!). Para as comer a preceito, podemos ainda polvilhar com um pouco de flor de sal e regar com um fio de bom azeite.

Espero que gostem!
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bifinhos de Frango com Ervilhas Estufadas e Esparguete al Funghi com Molho de Requeijão

Como tento reduzir ao máximo o consumo de carne vermelha cá em casa, uma das alternativas apreciadas é o frango, que tento comprar criado ao ar livre, ôrganico, sem adição de hormonas ou antibióticos. Na verdade, a não ser que a gente crie o animalzinho em casa, nunca se sabe mesmo como é. E desses eu nunca vou comer, porque depois do criar seria incapaz de o matar ou, se alguém o fizesse por mim, de o engolir. Logo, tenho de confiar na boa fé e honestidade dos criadores e no rigor dos órgãos fiscalizadores. Pronto!



Posto isto, vamos lá ao que interessa. Quando compro frango, separo logo o peito do frango e, em geral, corto logo os bifes (filés). Regra geral, compro o frango inteiro e desmancho-o em casa. Fica mais barato, considero mais higiénico e permite um melhor aproveitamento de todo o animal (o que também é louvável do ponto de vista ético). Depois de retirado o peito e as pernas pode aproveitar-se a carcaça para fazer um caldo (que se pode aproveitar em sopa ou risotto!) e ainda tem um pouco de carne que pode ser aproveitada numa salada.

Neste dia, para o acompanhamento, aproveitei que é época das ervilhar tortas (estas ainda não são da horta) e juntei também um esparguete al funghi (tanto em Portugal como no Brasil há várias marcas nacionais e italianas que têm massas que na sua composição têm cogumelos), que achei que iria muito bem com um molho de requeijão cremoso. O requeijão cremoso  vendido no Brasil é algo que eu não conheço em Portugal, mas julgo que poderá ser facilmente substituído por queijo creme, ou então fazer um molho de queijo com parmesão.

Ingredientes:
2 peitos de frango em bifes (depende muito do apetite dos comensais, é claro!)
300 g de ervilhas tortas
meia embalagem de esparguete com cogumelos
1 embalagem de requeijão cremoso
1 dl de leite
1 limão (siciliano)
6 dentes de alho
1 raminho de coentros
Azeite, sal e pimenta qb.

Coloca-se um pouco de azeite numa frigideira, juntam-se quatro dos alhos laminados e quando estiver quente colocam-se os bifes de frango. Deixam-se alourar de ambos os lados  e temperam-se de sal e pimenta. Junta-se a raspa do limão e o sumo, tapa-se a frigideira e, com o lume mais baixo, deixam-se cozinhar sem queimar.

Entretanto, coze-se o esparguete em água fervente, temperada de sal. Quando estiver al dente, retira-se do lume, escorre-se e reserva-se.



Quando os bifes estiverem prontos, colocam-se num prato de servir, mantendo-se quentes. Ao molho dos bifes que ficou na frigideira, junta-se o requeijão cremoso e um pouco de leite, de forma a criar um molho espesso, mas que dê para envolver a massa. Deixa-se ferver um pouco, em lume brando e rectifica-se de tempero. Uma parte coloca-se sobre os bifes ou serve-se num recipiente à parte. Ao restante, junta-se a massa já cozida e escorrida, envolvendo-se e deixando um ou dois minutos em lume brando para adquirir bem o gosto.



Num outro recipiente, coloca-se água a ferver, temperada de sal e, quando atingir o ponto de ebulição colocam-se lá as vagens das ervilhas que se deixam cozer por dois ou três minutos. Escorrem-se e levam-se a saltear numa frigideira com um pouco de azeite, o restante alho finamente picado e com os coentros.

Servem-se os bifes acompanhados da massa e das ervilhas. Bom apetite!






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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meu Alentejo Caiado - Uma Visita a Mértola e Doces Popias Brancas

Se há coisa que caracteriza o Alentejo para além das planícies douradas são as suas paredes caiadas, reflectindo e multiplicando a luz.

Para mim, é isso o Alentejo. É essa luz crua e doce do meio dia, refletida nas ruas estreitas, quando o sol cai a pique. É a luz quente e dourada do fim da tarde, dando ao restolho o seu tom de pele e o ar de um corpo adormecido ao sol pôr.

Este Verão regressei a Mértola! Mértola a bela, junto ao rio. Mértola  a romana, a moura, a cristã e, hoje, a alentejana vila, quase quase no Algarve.



Branca e caiada, a Igreja Matriz de Mértola, antiga Mesquita Árabe, encanta-me sempre e, desta vez não me cansei de a fotografar sob o sol da tarde.



Exemplar único da arquitectura religiosa islâmica, foi erigida no século XII, tendo sido convertida em templo cristão no século seguinte. Hoje, está classificada como Monumento Nacional.



Ainda não foi desta que consegui visitar o seu interior, ver os arcos e as abóbadas...




Brancas e caiadas não são só as paredes, mas também um bolo tradicional alentejano - as Popias Brancas ou, como também lhes chamam, Popias Caiadas. Uma popia, é um bolo em forma de argola (um amigo chama-lhes os donuts alentejanos) e o nome refere-se mais à forma que ao sabor ou composição da massa. Para além das Popias Brancas, temos as popias simples e as de Espécies (especiarias), que adoro e nunca mais comi como as da infância.


As Popias Brancas eram, contou-me uma vez a minha tia Ana Catarina (grande cozinheira, refira-se, e inspiradora destas minhas andanças!), típicas das festas de casamento, onde enfeitavam a sala onde era feito o copo de água, presas em fitas ou mesmo nas canas onde são postas a secar.

Hoje ainda se podem encontrar à venda, deliciosas, com um interior leve  e seco (um pouco parecido com a massa das cavacas, mas melhor, na minha opinião) e um exterior glaceado, seco e estaladiço. Estas que vos mostro comprei em Castro Verde!


Tenho a receita num livro que comprei o ano passado, no Festival Sete Sóis Sete Luas . Trata-se do Sabores do Passado da Julieta Galope. Por motivos de direitos de autor não vou aqui reproduzir a receita, mas um destes dias vou experimentá-la e, como não consigo fazer nada igual, dou-vos a minha versão.
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terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Trigo Já Fez Seis Meses

O nosso querido Trigo completou hoje seis meses e está um matulão!

Corre veloz pelo jardim, salta as sebes, joga à bola e tira toda a água do bebedouro para se molhar.




Sempre sorridente, gosta de brincar e, rapazola como é, já gosta de brincadeiras mais enérgicas de perseguir, buscar e lutar pelas coisas.


O post de hoje é dedicado não só ao Trigo, como a um seu grande amigo, um menino que faz hoje quatro anos e que é o nosso Pirata das Caraíbas. Parabéns para ambos!
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Livros e Tachos #1 - "De que são feitos os sonhos"

Quando estive de férias em Portugal comprei alguns livros. Muitos, diriam alguns. Nunca são demais, digo eu! Entre eles, alguns de culinária e dois ou três romances em que a comida, as receitas e o acto de cozinhar fazem parte importante da trama.



Foi o caso do livro "De que são feitos os sonhos" (The Love Goddess Cooking School, no original). De uma autora que nunca tinha ouvido falar - Melissa Senate - surge esta breve novela, leve como um soufflé, mas ainda assim que se come com agrado. Não que seja um livro para deixar memória... com a culinária como elemento central, temos para isso os livros de Joane Harris!

Este "De que são feitos os sonhos" permite-nos passar uns momentos agradáveis, traz-nos umas quantas receitas e um pouco de romance, e ainda nos permite tirar uma ou outra ideia. No meu caso, destaco a descrição da forma como o personagem (Holly) prepara uns raviollis, uma vez que, para além dos gelados, faz parte dos meus objectivos para este ano, começar a trabalhar as massas recheadas.

Fica esta sugestão para os que gostam de livros e de tachos!
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sábado, 8 de outubro de 2011

Uma Horta ao Sul do Equador (6)

Desde o final de Agosto que não vos mostro a evolução da horta. Este tem sido um período de recuperação para o qual a Primavera seca e quente, que se tem feito sentir, não tem ajudado muito. Todavia, as flores e os frutos surgiram, os insectos zumbem e os pássaros vêm recolher o seu tributo...


As ervas aromáticas estão em flor e os insectos não as largam! Entretanto continuo a alargar a minha colecção de Mangericão. Já arranjei um Mangericão de folha roxa que estou a deixar crescer para experimentar num qualquer cozinhado.


Os morangos são os favoritos dos pássaros. Nem me admira... são vermelhos, grandes e brilhantes! Por isso é uma corrida para ver quem os apanha primeiro, nós ou eles!

Um dos meus próximos projectos é construir um espanta pardais para colocar por cima dos morangueiros.



As ervilhas, as favas e o feijão que plantámos no mês passado já estão bem altos e as ervilhas tortas até já começaram a florir. Dentro em breve teremos vagens suficientes para cozinhar!


As beringelas estão todas em flor e até já temos alguns frutos em formação. Como é um legume que consumimos regularmente aqui em casa, estou ansiosa para que fiquem prontas a participar num próximo post!


Os tomateiros, as cebolas  e os rabanetes que plantámos já vão rebentando, mas ainda muito tímidos para posar para a fotografia!
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Fontane & Gelati #3 - Gelado de Amora à beira da Fontana del Pantheon

As experiências com os gelados continuam. E agora que o tempo começa a aquecer deste lado do Equador, torna-se ainda mais gostoso tentar novas receitas e combinações. Desta feita, após os gelados de baunilha e de morango, aproveitei a fartura de amoras que existe aqui na vizinhança para fazer um gelado de amora, com uma cobertura de calda do mesmo fruto.



E é este gelado que vos proponho degustar à beira da Fontana del Pantheon na Piazza della Rotonda frente ao Panteão. Mais uma bela fonte, do último quartil do Séc. XVI, encimada por um obelisco, que refresca e enche com o seu som cristalino esta praça tão movimentada. É claro que se tivermos na mão um belo gelato italiano, a experiência é ainda melhor!



A Piazza della Rotonda é um dos locais mais movimentados de Roma, seja durante o dia, seja à noite, quando os seus restaurantes e esplanadas se enchem de visitantes.



A fonte é um motivo central de atracção, só perdendo protagonismo para o imponente Panteão que, inicialmente mandando construir por Agripa, foi, após a sua destruição, mandado reconstruir pelo imperador Adriano, no intuito de erigir um templo a todos os deuses romanos e das províncias conquistadas.



Ingredientes:
400 g de amoras (podem ser substituídas por mistura de frutos silvestres)
400 g de natas frescas
200 g de açúcar
Sumo de 1 limão

Bater 300 g de amoras com 100 g de açúcar, utilizando a varinha mágica (ou o liquidificador). Numa taça à parte, bater as natas, que devem estar bem frescas, até ficarem firmes (mas não em ponto de chantilly). Coar a mistura das amoras para que o gelado não fique com muitas sementes e juntar às natas batidas. Verificar se está doce a gosto. Colocar no congelador (freezer) e com intervalos de uma a duas horas, retirar e mexer bem, para evitar a formação de cristais de gelo, voltando a colocar para gelar.

À parte, ferver as restantes amoras, com o resto do açúcar e com o sumo de limão, até formar uma calda  com alguma consistência, mas sem deixar desmanchar completamente os frutos. Deixar arrefecer e guardar no frigorífico (geladeira). Quando servir o gelado, guarnecer com a calda das amoras.


Espero que gostem!
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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fettuccine Tricolore com Atum

A maior parte do mês de Julho foi passada em Portugal, e alguns desses dias foram aproveitados para ir à praia e matar as saudades do mar e do sol português.

Nos dias de praia, quando o tempo está bom, sabe bem ficar até ao sol posto, quando as gaivotas começam a tomar de novo conta da praia... e quando se chega tarde a casa apetece poder fazer qualquer coisa rápida, mas saborosa que satisfaça o apetite que se ganhou num dia ao ar livre.

Foi assim que surgiu este prato de massa com atum, numa noite de Verão!



Ingredientes:
2 latas de atum em postas (de preferência português)
1/4 de um pimento verde
1/4 de um pimento encarnado
100 g de tomate cereja
1/2 cebola média
2 dentes de alho
Meia embalagem de uma massa à escolha (neste caso utilizei fettuccine com três sabores)
1 folha de louro
Azeite, sal e pimenta qb

Refogar a cebola e o alho, bem picados,  no azeite, até a cebola ficar translúcida. Juntar a folha de louro e os pimentos cortados em quadrados pequenos. Quando começarem a amolecer, adiconar os atum, escorrido do óleo e feito em lascas. Incorporar em, mas sem desmanchar muito o atum, de forma a que os sabores dos diferentes ingredientes se integrem. Quando estiver quase pronto, juntar o tomate cereja, lavado e cortado ao meio, assim como a massa que foi cozida em água com sal, até ficar al dente, e escorrida. Deixar ferver durante dois ou três minutos para tomar o gosto. Servir quente.



Espero que gostem!
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